A violência policial e o legado da ditadura: um desafio para a OAB no Rio Grande do Sul

Por Alexandre Cruz, jornalista – Análise Política Hoje


Recentemente, dois episódios de violência policial expuseram uma triste realidade que não podemos ignorar: a persistência de práticas autoritárias e desumanas dentro das forças de segurança. Em Santa Catarina, policiais militares agrediram uma advogada gaúcha e sua mãe, integrante do Ministério Público, com requintes de brutalidade. E em Porto Alegre, uma advogada foi coagida e ameaçada de tentar interpelar guardas municipais, que se comportaram de maneira truculenta ao abordar uma sem teto. Esses acontecimentos nos obrigam a refletir sobre o legado da ditadura que ainda assombra a polícia brasileira e suas relações com a sociedade, especialmente as classes sociais mais pobres.

Não podemos mais fechar os olhos para o fato de que muitas das práticas policiais adotadas nos dias de hoje são herdeiras de um período sombrio da história do Brasil, em que a repressão e a violência eram legitimadas pelo Estado. A falta de um tratamento humano na abordagem de cidadãos, sejam homens ou mulheres, é um reflexo dessa mentalidade autoritária que ainda permeia as instituições. Em vez de construir uma relação de confiança com a sociedade, especialmente com os mais vulneráveis, como os moradores de rua, os policiais acabam reforçando uma desconfiança mútua, alimentada pela violência e pela truculência.

Esse é um problema que vai além dos episódios isolados. A violência não policial é apenas um erro de conduta; faz parte de um sistema que ainda não superou completamente as cicatrizes de um regime que, em nome da segurança, viola direitos fundamentais. O reflexo disso é claro: a população, especialmente as camadas mais pobres, vive com medo das forças de segurança que deveriam protegê-la. E é esse ciclo vicioso de desconfiança que precisa ser quebrado.



Este cenário ganha ainda mais relevância no momento em que se aproxima a eleição da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio Grande do Sul. A OAB tem um papel crucial na defesa dos direitos humanos e na garantia de uma justiça que respeite a dignidade de todos os cidadãos. Em tempos de crescente militarização e violência, é fundamental que a Ordem se posicione de forma firme contra os abusos das forças de segurança, como os casos recentemente mencionados, e busque mecanismos de controle e responsabilização. A forma como a OAB se posicionará diante desses episódios determinará, em grande parte, o fortalecimento da confiança da sociedade nas instituições jurídicas e na própria justiça.

Em um cenário de eleições políticas polarizada, a Ordem dos Advogados do Brasil tem a oportunidade de se tornar um pilar de resistência contra a perpetuação da violência e da impunidade, contribuindo para uma sociedade mais justa, em que os direitos humanos sejam respeitados por todos, sem exceção. Não podemos permitir que episódios como os de Santa Catarina e Porto Alegre se tornem norma em nossa sociedade. A mudança começa, de fato, por uma postura firme e comprometida das instituições, como a OAB, que tem o dever de lutar contra os abusos e pela promoção de uma justiça acessível, igualitária e, principalmente, humana.

É nesse contexto que a Análise Política Hoje reafirma seu apoio ao Movimento Muda OAB, liderado pelo candidato Paulo Torelly, comprometidos com a defesa dos direitos humanos e com uma Ordem dos Advogados do Brasil que não se deixa influenciar por ideologias bolsonaristas que ameaçam o estado democrático de direito. Muda OAB busca fortalecer essa entidade como um bastião da democracia, da justiça e dos direitos fundamentais, sem cedências a forças que buscam defender essas garantias essenciais para o nosso país.

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