Estatais brasileiras não servem? Vice-prefeito de Porto Alegre gera polêmica ao elogiar gestão estrangeira
Alexandre Cruz, Análise Política Hoje
Na manhã desta sexta-feira, a tão esperada reinauguração do Aeroporto Salgado Filho, após cinco meses de paralisação devido à enchente que castigou Porto Alegre, trouxe à tona um debate inesperado e, por que não, oportuno. O vice-prefeito Ricardo Gomes, do Partido Liberal, usou o palco do evento para tecer elogios rasgados à gestão privada da Fraport, destacando em especial Andreea Pal, a CEO de origem romena. Gomes afirmou que, se fosse uma estatal brasileira, o aeroporto não estaria sendo reaberto hoje, jogando nas entrelinhas que apenas a iniciativa privada e, curiosamente, a origem europeia da CEO, são dignas de aplausos.
Mas, nesse discurso de louvor ao setor privado e à expertise “importada”, fica a pergunta: quem realmente é o patriota aqui? É curioso notar como os ditos "patriotas" que tanto defendem a soberania nacional se perdem ao desprezar o capital humano e empresarial do próprio país. Em vez de reconhecer a resiliência e a competência que empresas estatais brasileiras demonstraram em diversas áreas ao longo de décadas, a gestão municipal prefere exaltar o que vem de fora.
O deputado Dionísio Marcon, que representou a bancada federal, trouxe um contraponto necessário. Ele defendeu a presença do Estado, argumentando que o papel estatal na infraestrutura crítica não deve ser descartado nem subestimado. Afinal, quantos aeroportos brasileiros foram erguidos, mantidos e operados por estatais ao longo de nossa história? Parece que, para alguns, o patriotismo é seletivo e só vale quando convém.
Quando questionado sobre o evidente desconforto causado pelas declarações de Ricardo Gomes, o ministro Paulo Pimenta preferiu um tom mais conciliatório, dizendo que o foco deve ser a reinauguração do aeroporto. Mas esse foco não pode ofuscar as perguntas que precisamos fazer: até que ponto a exaltação de modelos importados e a crítica ao que é nosso realmente faz parte do amor à pátria? Ou será que o patriotismo de certos setores políticos é uma bandeira conveniente, levantada apenas quando lhes favorece?
A reinauguração do Salgado Filho é um marco importante para Porto Alegre, e não podemos negar a relevância da parceria com a Fraport. No entanto, ao celebrar esse momento, também é hora de questionar discursos que desprezam o potencial brasileiro em prol de uma narrativa de superioridade estrangeira. Porque, no final das contas, ser patriota é defender o que é nosso, não?
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